terça-feira, 20 de março de 2012

Águas de um afogamento lento

Sou um retrato pintado numa noite cobarde
Nasci sem entender bem o porquê nestas águas turvas.

Estar certo, estar errado,
sou o assassino de um caudal carente.
Fugiram as águas para terra firme,
Já nem sei para que lado é a foz.

Afogo-me nesta falta,
no sentimento ladrão de almas
nesta terra seca por um sol constante.

Desenhei-me sem cores,
sem tinta,
sem luz,
sem sequer sonhar.

Desenhei-me num mundo que não me quer,
não aceita a mudança nem os corações puros.
Não me aceita que lhe toque!
Não aceita a diferença nem a igualdade.

Crime, é viver.
Sonhar em ser nuvem e ter um céu só para nós.

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