terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Everyday there's faces
crossing down the road.
It seems I cannot find
my way back home.

walking through the desert,
learning who I am.
It seems I don't know,
when have I sined?

I see a house and a door,
a building with no ground floor,
a good place
to hang my skin.

If there's something that I've learn,
My mind will never be,
alone in the same room as me.

What am I doing?
what will I be?
I'm sorry I didn't mean
to be,

the face behind a mask,
watching the world through a glass,
there's is no garden
and no grass.

Where is the road?
Where is the sun?
I found my way
a desert with no sand.








quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Atirar um amor para o fundo de um poço não faz bem à saúde

Dou por mim sentado num sofá de uma sala de estar qualquer. não, espera... Este é o sítio onde vivo agora... Ontem estava sentado à mesa que me fez o que sou hoje. Quando dou por mim já fugi de tudo o que quero e corro atrás de tudo o que queria. Não consigo distinguir se são duas coisas iguais ou se a minha visão está tão turva que já nem o chão que piso consigo ver. É como se o fumo do cigarro tivesse ficado preso na garganta, já nem chorar consigo. Mas quem me disse? Quem me fez? Quem levou? Quem? Eu, só eu. Deixo-me levar pela corrente. O rio é demasiado forte para que tenha qualquer controlo que seja sobre o destino. Os arrependimentos são árvores que caíram ao rio e que agora me seguem, correndo o risco de esmagar qualquer tentativa de parar na margem. É assim que sigo. Cego, surdo e mudo. Os erros são tantos que já nao vejo água atras de mim. São só pedaços de madeira esculpida nas rochas do rio que me trouxe até aqui. Cego, surdo e mudo. Quero respirar e parar para pensar mas ele não deixa. Os dias passam e eu fiquei sem forças.Não! Levanta-te e luta! Morro ao tentar... Nunca foi uma luta, pelo menos justa. Não sei se ainda consigo ver o que me fez desistir de tudo aquilo que mais amo para perseguir as águas de um rio que me destrói aos poucos. Os músculos doem... O coração dói. A mente mente. Os dedos não sentem mais a tua pele. Os olhos não veêm aquele verde. A boca está seca e vejo com um olhar húmido os prédios do outro lado da rua, estáticos, vazios, cruéis, inúteis... Agora sento-me no jardim e deixo-me ficar até que o sol me traga um novo dia. O problema é que nem esse consigo ver. O rio ficou mais pequeno e agora multiplica-se mais uma vez. Cego, surdo e mudo tenho que escolher, tal como o fiz quando atirei aquele amor para o fundo de um poço, quando me levantei daquela mesa, quando decidi acreditar em algo e fugi para o encontrar, para me encontrar.

Cego tentei e cego continuo... para quê?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Não há um dia que não me faça pensar. Todos os segundos to meu tempo passaram a ser caótica-mente ocupados por imagens breves que intercalam a realidade, o imaginário e as memórias. Estranho (ou não) será dizer que o imaginário é onde me sinto mais confortável. A realidade é um conjunto de cores escuras que não param. São saltos ao som de música maluca e o conforto de uma sala cheia de gente boa. As memórias são o engolir em seco na paragem do autocarro, o olhar para o vazio a partir da almofada, o vento frio das manhãs britânicas. Tudo isto unido pelo peso de uma viola às costas e um sonho longínquo nascido em céus bem mais azuis. É tudo tão lento e tão rápido ao mesmo tempo. Ainda assim , mesmo sem compreender, caminho cabisbaixo para a chuva não atingir os olhos e encaro as bestas barulhentas que ocupam as estradas dia após dia. Se dissesse que não sinto saudade das cores vivas de um outra vida estaria a mentir, mas as cordas da viola são de metal e são o melhor portal para o imaginário. Vou fazer-te chegar um pouco de mim...

Boa noite...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Afinal Londres sempre é um lugar cinzento

Estou em Londres desde Setembro. Tudo o que conhecia foi virado do avesso e vejo-me agora a apalpar as paredes de um quarto que não é o meu. Desde aquela data que eu não me conheço mais. Não sei que tipo de pessoa me estou a tornar nem sei quem era o rapaz que vivia  no sotão de uma casa nos arredores de Coimbra. Começo agora a pensar que era a cidade que fazia de mim uma pessoa melhor. Não adianta correr mais. Consegui desfazer todas as cores de um por do sol que tinha tudo para virar noite. A luz desapareceu e não há sinal das estrelas. Tanto faz olhar para cima ou para os lados, não te vejo, estás longe e eu sou assim. Não sei até que ponto me posso culpar da pessoa que sou. Às vezes penso para mim mesmo se não conseguiria ser outro alguém, talvez com juízo e sabedoria de saber ler pessoas, tempo, espaço e tornar assim a minha estadia bem melhor. Não sou. Sou um túmulo de "se's" e possibilidades mortas por mim. Fujo e corro. Olho para trás e corro mais depressa. Tenho medo de parar e do tempo se tornar insuportável. Eventualmente acabarei a correr sozinho e, por fim, a morrer de cansaso numa estação qualquer de comboios. Talvez as vozes se calem então....