segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O ar entra mas parece não descer a garganta. Procuro uma razão para que a manhã chegue depressa, não encontro. Passo os dias a desejar os prolongar das horas para não me sentir a acordar no mesmo quarto de sempre, na mesma cama de sempre, com o mesmo sentimento de sempre. Noite, não acabes, não faças as horas passar como se segundos se tratassem. Não gosto da cor dos meus lençóis. São tecidos num tom escuro de branco que dificulta a respiração, se calhar é por isso que me custa adormecer. Preso num nó conjugado pelo tempo e pelos olhos de alguém magoado, ficou lá atrás, adormecido, quem sabe nos mesmos lençóis que na altura tingiam uma cor diferente.

Preso num nó conjugado pelo tempo e pelos olhos de alguém magoado, ficou lá atrás, adormecido, quem sabe talvez mais do que isso...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

É só mais um dia
Não vale a pena todo este pensar
toda esta agonia
De querer tanto que dói
lutar e por mais que tente
não há quem aguente.

E quando o sol se põe
Mais uma noite que nos espera
sem um abraço,
sem o teu corpo quente

Se a manhã assim o quiser
não haverá nevoeiro
nem sequer uma nuvem
e haverá alguém
que esteja sozinho também.

O seu abraço será forte.
E nada mais importa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Prematura


Os meu dias não são feitos de segundos e minutos. O meu planeta não gira em torno de si mesmo e nem o sol se vê a pairar no céu. As estrelas não formam figuras estranhas e não se confundem com pirilampos presos por fios invisíveis. O meu mundo não tem árvores verdes e não há ninguém para regar a relva por nascer. Na minha casa não há divisões e nem sequer eu vivo nela. O meu carro não serve para andar nas estradas que não foram construídas. Não há guerra e não há paz. A verdade e a mentira não fazem sentido. O amor morreu faz demasiado tempo.

Pesasse o vazio do coração tanto como o vazio da mente e não estaria eu enterrado nas areias de um mundo onde nem sequer eu existo.