terça-feira, 7 de agosto de 2012

Há noites em que não há mais nada a fazer. Deitas-te na cama pensativo, abres o computador e espreitas as novidades dos teus amigos no facebook. Vês as festas e as fotos de pessoas felizes nos seus grupos. Não acredito que isso transmita o seu verdadeiro estado de alma. Quem me dera que as fotografias nos sugassem a alma como alguns mitos dizem. Queria ver o verdadeiro eu. Espelhos, esses sim, mostram as lágrimas de noites inacabadas e caras por lavar. E não vale a pena continuar a pensar. Isso é insistir no teu fim e num caminho mais próximo de espelhos que de máquinas fotográficas. E eu quero a verdade, toda a verdade, mesmo que ela doa. Fico dividido. Fico perdido entre a janela e a cama. Encosto-me à parede. Apoio-me nos olhos cobertos pelas palmas das mãos. Inspiro. Deito-me. Não há mais nada a fazer. Preciso da verdade e de alguém que me leve para longe dela, só não me deixem no limbo, onde deixa de haver luz e o vento não chega. Há noites assim, em que só nos resta ir dormir e esperar que os sonhos não sejam memórias distorcidas pelo desejo.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Nascer do sol a altas horas da noite

Os primeiros raios de luz trazem sabor a água salgada
Mas já o tempo levou todo o sal por sentir
E era eu a ser olhado por estranhos
Só vêem para fora
Ignoram o que há por dentro.

E no meu toque fica tanto por dizer
Não me deixam explicar
Não querem saber.

Queria eu ser um louco.
Não é vida mas assim o é
Quando dás por ti
Já nadas em águas sem pé.

Deixa os teus lábios aproximarem-se do meu ouvido.
Dá-me só uma razão para não deixar a lua morrer.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Levanta-se o medo, baixas a mão. A minha pressa deixou de o ser. Ainda o tempo não tinha passado para eu saber que já não queria mais. Não sou eu que mando e a minha vontade não é satisfeita de forma proporcional às minhas necessidades. Quero fugir. Não sei bem do quê nem para onde. É algo que já dura há demasiado e com o qual não me consigo debater. É intrínseco em mim, uma batalha que já perdi sem sequer começar. As horas, o tempo... Que se foda o tempo! Não me conheço e já não sei se acredito nas minhas palavras. Fosse eu a areia da ampulheta que te conta os dias.