quinta-feira, 28 de junho de 2012

Há Dias Assim #2

Como é que se sente saudades de alguém que ainda não foi embora? Eu sinto a falta de tantas pessoas que apenas se afastaram e deixaram de fazer parte do meu dia a dia. Mas agora é diferente. Sabes que o tempo caminha cada vez mais rápido para o dia em que isso acontece. Aí sim, vais ter saudades. Então o que é isto? As vozes dizem-me para aproveitar, mas nunca vai ser suficiente. Vai ficar sempre algo por dizer, algo por fazer. No fim, tudo se resumirá num obrigado. Pelas memórias e pelas armas que levo para o futuro. Vamos ficar bem...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Lá fora tudo é a preto e branco

É como se a janela não fosse mais do que isso mesmo
e os dias não fossem a minha noite
e a chuva não fosse o meu sol
e o amor a minha cruz.

Como se a fuga não fosse certa
e a morte não fosse descoberta
e como se contigo fosse mais
e sozinhos somos iguais.

Como se a solidão me desse a mão
e todo o escuro uma lição.

Como se a vida fosse passado
e viver só mais um fardo
e como se conseguíssemos ver
que lá fora andamos de olhos fechados.

Como se as palavras não chegassem
e o ódio fosse a relva,
o sentimento a prisão
e a liberdade pisada como pisamos o chão.

Como se a loucura fosse sã
e a sanidade loucura
o medo não fosse coragem
e a dor uma mensagem.

Como se eu quisesse
como toda a gente quer.
Não seria eu
como outro qualquer?






sábado, 9 de junho de 2012

Que necessidade é essa de esconder a verdade?
Os passos que já percorri assombram aqueles por percorrer,
tal como sonho da noite passada:
num dia sentimos, no outro somos nada.
E ainda alimento o ser que há em mim.

Em vão, tentei.
Mas o sangue já começa a secar no chão do quarto.
E eis o momento de desferir mais um golpe!
Numa harmonia de escuridão e dor,
ferimentos auto infligidos que me trazem de volta a ti,
um mundo cinzento quando o que procuro é alguma cor.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Contra-tempo,
estas asas são duras de roer.
Quem muito procura,
com pouco dá tudo a perder.

Sentei-me na aceitação de um mal,
contigo era de esperar por mais,
era de querer uma vida que até para nós era fatal.

O sonho a sorrir tão perto,
mas já se fechou a cortina do teatro.
E tão desperto assim, era correr atrás daquilo de que fugia.
E tão perto assim, é matar a noite à luz do dia.

As conversas tardias perderam o teu sabor.
Volta, mas não tu, outro tu que não essa pessoa que nos deixou.
Volta, mas não tragas essa ausência, esse não estar enquanto me olhas.

Não comprometas a minha solidão,
há muito que sou o que resta de uma conversa inacabada.