sábado, 5 de maio de 2012

O meu corpo levantou-se mas eu dormia.
Os gestos automáticos,
o banho de olhos fechados,
a chegada síncrona com o autocarro.

Quanto menos penso, mais sonho.
Sonho acordado, roubado pelo tempo que me consome.

Não és tu.
Não é ninguém.
É toda a gente.
Sou eu e o mundo,
eu e uma humanidade em vias de extinção.

O meu quarto não tem janelas.
A minha casa não tem quartos.
Está tudo de pernas para o ar.

Quem sou eu?

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