quinta-feira, 30 de junho de 2011

Olho para dentro


Olho para dentro
Procuro um caminho
Mas por mais que tente ver
Mais longe estou do meu destino

Sem dó, sem piedade
Exigem, ordenam, comandam
Puxam daqui, puxam dali
Os cordelinhos desde que nasci

Mas se eu não sei o que quero
Como é que vocês podem saber?
Procuro e desespero
Entre a razão e o querer.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

I'm a fool

Incrível...

Sou perito em tomar decisões erradas e em mandar cabeçadas na parede.
Espero vir a aprender alguma coisa com isso, já que até agora isso apenas me faz senti-lo ainda mais vazio e eu desorientado...



Alguém sabe para onde fica o Norte?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sombras


Ao longe, as vozes do público deixam de se ouvir. Caminhava sozinho pela noite dentro, pelo caminho que tão bem conheço. Passos apressados ouviam-se atrás de mim, nenhum mistério, apenas um rapaz cansado ansioso por chegar a casa. As luzes da rua eram-me indiferentes, como se não estivessem lá. As sombras atraíam-me para elas, mas mantive a minha rota, alheio, sem olhar, sem expressão. Não estava sequer ali, não sentia o andar, automático e pesado. Viajava sim, mas noutro sentido completamente diferente. As casas passavam por mim mas eu olhava-as lá de cima. Aproximava-me de casa mas fugia dela. "A lua mantém-se a mesma" - pensei eu. Por momentos senti uma sensação de liberdade, senti-me eu, só e apenas. Acontece poucas vezes acreditem. 


É tão comum ter-se a certeza de quem se é e logo a seguir perder essa certeza. 

Estranhas sombras me assombram...

domingo, 26 de junho de 2011

...

"Mãe... eu quero ficar sozinho..."




Uma parede espessa roubou-me a luz. Recordo a fobia antiga de estar no escuro, como naquele sonho onde desesperadamente procuro o interruptor. Agora, dura realidade, não tenho por quem chamar. Deixaram-me aqui, "vive" - disseram eles. Viver sem luz? "Não é possível" - pensei eu. Sinto braços a puxar por mim. Quero ficar no escuro. Ou não? Às vezes pode ser tão confortavelmente silencioso, tão desesperadamente só. Mais mãos tentam agora arrastar-me para fora daqui, agora que me habituei ao meu velho amigo. Não quero acordar, não quero abrir os olhos, apenas sentir o silêncio, a minha respiração. Encontrei-me nesta absência de luz, aqui estou seguro. No entanto, sei que a única pessoa que me pode fazer mal sou eu. Mas não, prefiro o escuro...







A ouvir: Linda Martini - Olhos de Mongol (álbum)

sexta-feira, 24 de junho de 2011

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Ousa!

“Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru. Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos. Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos. Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo. Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar. Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante. Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo, não pergunta sobre um assunto que desconhece ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe. Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um feito muito maior que o simples fato de respirar. Somente a ardente paciência fará com que conquistemos uma esplêndida felicidade.”


Pablo Neruda

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Esquecer, viver

Quero dormir




talvez durante os sonhos esqueça os dias maus e me lembre dos bons
talvez o dia de amanhã seja melhor


O hoje já passou, não vamos deixar morrer a esperança...

domingo, 19 de junho de 2011

Home Sweet Home

O nosso lar.

Sítio onde descansamos, libertamos o pensamento e somos nós próprios.
Por vezes uma armadilha, por vezes uma bênção, pode ser tudo aquilo que queremos e o que não queremos.

É o lugar. O nosso lugar, o nosso espaço. Como um cofre muito bem guardado em que só nós temos a combinação e, em simultâneo, somos o tesouro.



Incrível como às vezes queremos estar em todo o lado menos no cofre...
Estaremos a fugir da dor, da cura ou de nós mesmos?

Pode ser muito bom ter um cofre onde nos guardamos, mas isso significa que só nós nos conseguimos alcançar.

Por vezes, há que sair de cofre e ser diferente, descobrir-nos e deixar-mo-nos descobrir.
Espero que estejas sempre lá para mim, mas no meu cofre mando eu e neste momento preciso de estar longe de ti...



Eu sei que me perdoas e me deixas voltar... :)



sábado, 18 de junho de 2011

Ensina-me



Ensina-me a querer,
Ensina-me a lutar ,
Ensina-me a vencer,
Ensina-me a perder,
Ensina-me a amar,
Ensina-me a conseguir,
Ensina-me a sonhar,
Ensina-me a fugir,
Ensina-me a procurar,
Ensina-me a perseguir,
Ensina-me a encontrar,
Ensina-me a esconder,
Ensina-me a mostrar,


Ensina-me tudo,



Mas não me ensines a saudade...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Treta?

É tudo TRETA a sério, não acreditem no que eles dizem, esqueçam tudo o que vos foi dito.
Tou bem? Claro que estou bem, não há outra forma de estar. Além disso... de que serve afinal? A verdade não está escrita, e se está escrito não é a verdade.

Obvio que as minhas conversas não têm nexo, afinal de contas, dizem que só usamos 10% do cérebro, a lógica deve ter ficado nos outros 90!!


Apetece-me escrever. 

Engraçado que existem sonhos dos quais não queremos acordar e quando queremos acordar (olhem olhem, mais uma ironia para variar), simplesmente não dá!!! Obvio, não estamos a dormir!
Mas lá por querer acordar não quer dizer que seja um sonho mau.






Às vezes apetece-nos um sonho diferente, só isso, que nos ajude a passar a noite e, outras vezes, um sonho que não nos faça chegar o dia!

Tou um pouco cansado, não de viver que viver até é porreirinho, mas de sonhar..
Eu sei, eu sei, é sempre bom ter um sonho, mas ok, não é desses que tou a falar!

Só tou cansado de me acordarem a meio de um sonho, cansado de noites mal dormidas e de chegar a de manhã e ver a lua no céu escuro.



Eu vivo bem e estou bem.
Desilusão de uns, orgulho de outros, permaneço a tentar agradar-me a mim mesmo.
Talvez se agora não me acordarem, seja de dia e a noite tenha passado....

(Mas não se preocupem, ando dormir 6 a 8 horas por dia ;)   )