quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

As paredes do meu quarto não gostam de mim



A luz do candeeiro recusa-se a acender.
Levanto-me procuro o interruptor perto da porta.

Não há porta.

As paredes são lisas,
                                escuras,
                                             frias.

As janelas são agora tijolo coberto de cimento e tinta branca.

Pelo menos a sua textura assemelha-se ao resto dos quatro limites que me mantêm dentro do quarto.
Não vejo nada mas quero sair, seja para onde for.

Quero sair.
Fugir.
Seja para onde for.
Seja com quem for.
Seja como for.

Só quero destruir estas paredes que me prendem dentro de mim e cuspir no mundo este ardor interior.

Só quero ser.

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