segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

La Figlia Che Piange

Stand on the highest pavement of the stair—
Lean on a garden urn—
Weave, weave the sunlight in your hair—
Clasp your flowers to you with a pained surprise—
Fling them to the ground and turn      
With a fugitive resentment in your eyes:
But weave, weave the sunlight in your hair.

So I would have had him leave,
So I would have had her stand and grieve,
So he would have left        
As the soul leaves the body torn and bruised,
As the mind deserts the body it has used.
I should find
Some way incomparably light and deft,
Some way we both should understand,        
Simple and faithless as a smile and shake of the hand.

She turned away, but with the autumn weather
Compelled my imagination many days,
Many days and many hours:
Her hair over her arms and her arms full of flowers.
And I wonder how they should have been together!
I should have lost a gesture and a pose.
Sometimes these cogitations still amaze

The troubled midnight and the noon’s repose.

                              by T. S. Elliot


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Round and Round in Circles we go

The little stars, blinking ones, approach from the left. They keep a similar distant from each other. At a certain point they decide to do a big "U" and turn right, crossing my window frame from right to left. A few centimeters later, another "U" turn, now left, just above the city. Their light becomes more and more intense.
It is a beautifully daunting picture this one... One that I would have never expected to see.

Round and Round in Circles we go.  

sábado, 28 de novembro de 2015

I'm here. I exist. The sky I see is real. The lights crossing the sky are real. I can't fly. There's is little I can do. I just sit and wait. The sun will eventually rise again. The mind keeps trying.. to.. erghhh... escape...

No more boundaries. The clouds are soft and the wine is sweet. The houses are warm and the grass is wet. The water moves subtly. I can the see the fishes from where I stand. Instantly, a fresh breeze hits me like the sun through my window on a Sunday morning. The scent of the trees takes me home but I stay.

I'm here. I exist. The sky I see is real.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Breathe London, Breathe

The clock ticks at 9 pm. The Moon sits just on top of my room, staring, waiting. There's a circle of colours around her that visits all the colour spectrum. In the center, an intense bright light. Her reflection on my window seems to make it fade way into three smaller moons, each one of them with less light than the other. As the clouds go by, the colours seem to fade way. They were taken by the wind stream that runs on top of London, over the lights, over the airplanes. Far away, close to where the clouds disappear, I see red lights. Though they glow, stars these are not, just like they're sisters moving in the sky. Across my sight I see many things. A big building lies in front of me, at an enough distance away from me that I cannot see what happens behind each window but still distinguish them from each other. Further away, some of the iconic buldings of London stand. The trees, mysterious and kind, fill the spaces between the houses. Each day a different painting, each night a different song, and a flower on the bottom to remind of its colours.

All covered in light, all lightened by her.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Coraline

Coraline is a young woman who loves weird curly objects. She's intrigued by animals that live in the dark and loves her black cat. Despite all her curiosity for the shadows there's a tiny light on the smile that she always carries around. Her room is tidy and organised. The vinyl player rests on a small table at the corner of the room. At the age of fifteen she drew on the wall the contours of  the shadows created by the tree in front of her window and the sunset. Every answer that you'll get from her will be a bigger mystery than your question. She loves the moon and has her own names for the stars. All the animals living near her house have a name and she tries to watch them as much as she can. Her love for nature is only surpassed by her feeling when she stares at the sky at night. She dreams, and for a while, she is free.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Everyday there's faces
crossing down the road.
It seems I cannot find
my way back home.

walking through the desert,
learning who I am.
It seems I don't know,
when have I sined?

I see a house and a door,
a building with no ground floor,
a good place
to hang my skin.

If there's something that I've learn,
My mind will never be,
alone in the same room as me.

What am I doing?
what will I be?
I'm sorry I didn't mean
to be,

the face behind a mask,
watching the world through a glass,
there's is no garden
and no grass.

Where is the road?
Where is the sun?
I found my way
a desert with no sand.








quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Atirar um amor para o fundo de um poço não faz bem à saúde

Dou por mim sentado num sofá de uma sala de estar qualquer. não, espera... Este é o sítio onde vivo agora... Ontem estava sentado à mesa que me fez o que sou hoje. Quando dou por mim já fugi de tudo o que quero e corro atrás de tudo o que queria. Não consigo distinguir se são duas coisas iguais ou se a minha visão está tão turva que já nem o chão que piso consigo ver. É como se o fumo do cigarro tivesse ficado preso na garganta, já nem chorar consigo. Mas quem me disse? Quem me fez? Quem levou? Quem? Eu, só eu. Deixo-me levar pela corrente. O rio é demasiado forte para que tenha qualquer controlo que seja sobre o destino. Os arrependimentos são árvores que caíram ao rio e que agora me seguem, correndo o risco de esmagar qualquer tentativa de parar na margem. É assim que sigo. Cego, surdo e mudo. Os erros são tantos que já nao vejo água atras de mim. São só pedaços de madeira esculpida nas rochas do rio que me trouxe até aqui. Cego, surdo e mudo. Quero respirar e parar para pensar mas ele não deixa. Os dias passam e eu fiquei sem forças.Não! Levanta-te e luta! Morro ao tentar... Nunca foi uma luta, pelo menos justa. Não sei se ainda consigo ver o que me fez desistir de tudo aquilo que mais amo para perseguir as águas de um rio que me destrói aos poucos. Os músculos doem... O coração dói. A mente mente. Os dedos não sentem mais a tua pele. Os olhos não veêm aquele verde. A boca está seca e vejo com um olhar húmido os prédios do outro lado da rua, estáticos, vazios, cruéis, inúteis... Agora sento-me no jardim e deixo-me ficar até que o sol me traga um novo dia. O problema é que nem esse consigo ver. O rio ficou mais pequeno e agora multiplica-se mais uma vez. Cego, surdo e mudo tenho que escolher, tal como o fiz quando atirei aquele amor para o fundo de um poço, quando me levantei daquela mesa, quando decidi acreditar em algo e fugi para o encontrar, para me encontrar.

Cego tentei e cego continuo... para quê?

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Não há um dia que não me faça pensar. Todos os segundos to meu tempo passaram a ser caótica-mente ocupados por imagens breves que intercalam a realidade, o imaginário e as memórias. Estranho (ou não) será dizer que o imaginário é onde me sinto mais confortável. A realidade é um conjunto de cores escuras que não param. São saltos ao som de música maluca e o conforto de uma sala cheia de gente boa. As memórias são o engolir em seco na paragem do autocarro, o olhar para o vazio a partir da almofada, o vento frio das manhãs britânicas. Tudo isto unido pelo peso de uma viola às costas e um sonho longínquo nascido em céus bem mais azuis. É tudo tão lento e tão rápido ao mesmo tempo. Ainda assim , mesmo sem compreender, caminho cabisbaixo para a chuva não atingir os olhos e encaro as bestas barulhentas que ocupam as estradas dia após dia. Se dissesse que não sinto saudade das cores vivas de um outra vida estaria a mentir, mas as cordas da viola são de metal e são o melhor portal para o imaginário. Vou fazer-te chegar um pouco de mim...

Boa noite...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Afinal Londres sempre é um lugar cinzento

Estou em Londres desde Setembro. Tudo o que conhecia foi virado do avesso e vejo-me agora a apalpar as paredes de um quarto que não é o meu. Desde aquela data que eu não me conheço mais. Não sei que tipo de pessoa me estou a tornar nem sei quem era o rapaz que vivia  no sotão de uma casa nos arredores de Coimbra. Começo agora a pensar que era a cidade que fazia de mim uma pessoa melhor. Não adianta correr mais. Consegui desfazer todas as cores de um por do sol que tinha tudo para virar noite. A luz desapareceu e não há sinal das estrelas. Tanto faz olhar para cima ou para os lados, não te vejo, estás longe e eu sou assim. Não sei até que ponto me posso culpar da pessoa que sou. Às vezes penso para mim mesmo se não conseguiria ser outro alguém, talvez com juízo e sabedoria de saber ler pessoas, tempo, espaço e tornar assim a minha estadia bem melhor. Não sou. Sou um túmulo de "se's" e possibilidades mortas por mim. Fujo e corro. Olho para trás e corro mais depressa. Tenho medo de parar e do tempo se tornar insuportável. Eventualmente acabarei a correr sozinho e, por fim, a morrer de cansaso numa estação qualquer de comboios. Talvez as vozes se calem então....

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Gostava de escrever sobre aquele olhar
quase me fez esquecer de onde estava e do que fazia. 

Gostava de dizer que fixei a cara, 
os olhos, 
o sorriso, 
o andar. 

Não posso. 

Apenas me lembro do vestido preto
De sentir que todos os meus órgãos internos se encolheram quando saíste, 
como se estivesse a ser engolido por mim próprio
ao ponto de querer parar o tempo para tentar perceber algo que não pode ser explicado. 

Acho que agora,
só gostava de saber quem és.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Encontro-me quando já não sei quem sou
Não sou real.

E a água da torneira gela-me as mãos quando as lavo
Não sinto
Não quero

As temperaturas baixam no quarto onde durmo
É como se o tempo não quisesse passar
e ainda assim não me dar o tempo que o tempo quer e precisa.

Não sinto
Não quero


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

As paredes do meu quarto não gostam de mim



A luz do candeeiro recusa-se a acender.
Levanto-me procuro o interruptor perto da porta.

Não há porta.

As paredes são lisas,
                                escuras,
                                             frias.

As janelas são agora tijolo coberto de cimento e tinta branca.

Pelo menos a sua textura assemelha-se ao resto dos quatro limites que me mantêm dentro do quarto.
Não vejo nada mas quero sair, seja para onde for.

Quero sair.
Fugir.
Seja para onde for.
Seja com quem for.
Seja como for.

Só quero destruir estas paredes que me prendem dentro de mim e cuspir no mundo este ardor interior.

Só quero ser.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Sobre a Ânsia de Continuar




Os teus pés descalços estão tão frios que não sentem o chão molhado.


Não sabes de onde vieste nem para onde vais...



A sombra engole os teus passos.



Sentes o frio a aproximar-se dos teus joelhos.










Não tarda sentirás o sabor da água que te banha os pés nus.

domingo, 25 de novembro de 2012

E é desta forma que expresso a minha revolta quase interior, quase física, quase intelectual, no meio de toda esta pseudo-filosofia barata. Não me considero escritor. Não me considero poeta. Não me considero sequer digno de incutir qualquer opinião nas mentes dos inocentes leitores deste texto horrível. A verdade é que não a sei. Frase usada por mim exageradamente em todo o contexto que mexe. O mundo revela em mim uma tristeza quase muda. Primeiro descarrega uma quantidade um tanto ou quanto absurda de princípios que somos obrigados a seguir, mesmo involuntariamente. Princípios que serão violados à medida que a idade avança. A pouco e pouco, vamos descobrindo que, afinal, não são todos iguais! Aquilo que consideramos verdade não o é para toda a gente. Vejo mulheres de cabeça tapada na televisão e acho incompreensível tal tradição. Mais uma vez, a verdade e o que é certo ou errado é diferente de pessoa para pessoa e não há volta a dar.  Vai dos pequenos ao grandes pormenores, de pessoa única à pessoa com um todo, uma sociedade. E somos todos loucos porque seguimos um louco que julga ter razão. Somos loucos porque seguimos sozinhos o que acreditamos ser o mais certo. Somos loucos por viver ou deixar de viver. Eu sou um louco indignado, talvez confuso. Mas a verdade anda por aí às voltas, eventualmente, acabamos todos por descobrir que o mundo não é um mar de rosas e que não temos que seguir ninguém. A verdade é que não a sei. É tudo tão mais indistinto na cama de um quarto vazio.

sábado, 3 de novembro de 2012

Somos todos especiais, não somos? Nas nossas camas, nos nossos quartos, no banho, nas notas de uma música que nos hipnotiza. "Somos todos filósofos", li eu num sítio qualquer numa página qualquer na internet. E à luz das velas saem as palavras que nos prometem ser únicos e nos fazem o centro do Universo. "Pensa por ti", "não sigas os exemplos dos outros", "Pensa sempre em ti primeiro". O altruísmo não existe. Nem sequer o conhecimento é honesto. Os professores ensinam o que outros lhes ensinaram há algum tempo atrás. O "conhecimento" é hereditário e segue as gerações desde o tempo em que não havia conhecimento. Por isso é que pedir a verdade por uma única vez que seja já me parece demasiado.

Até a luz me parece uma grande mentira para nos impedir de saber que lá fora apenas há escuridão.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O rapaz e os espelhos

Não.. Pára!
O corpo geme no espaço entre a cama e a parede.
E vai subindo a garganta tal verme que se alimenta de carne.
Os joelhos encostados ao queixo.
Os olhos fechados como se alguém os pudesse tentar abrir à força a qualquer momento.
Os dentes cravados num cinto qualquer tirado de uma gaveta empoeirada.
Leva-o...
Leva-o e não voltes.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

O ar entra mas parece não descer a garganta. Procuro uma razão para que a manhã chegue depressa, não encontro. Passo os dias a desejar os prolongar das horas para não me sentir a acordar no mesmo quarto de sempre, na mesma cama de sempre, com o mesmo sentimento de sempre. Noite, não acabes, não faças as horas passar como se segundos se tratassem. Não gosto da cor dos meus lençóis. São tecidos num tom escuro de branco que dificulta a respiração, se calhar é por isso que me custa adormecer. Preso num nó conjugado pelo tempo e pelos olhos de alguém magoado, ficou lá atrás, adormecido, quem sabe nos mesmos lençóis que na altura tingiam uma cor diferente.

Preso num nó conjugado pelo tempo e pelos olhos de alguém magoado, ficou lá atrás, adormecido, quem sabe talvez mais do que isso...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

É só mais um dia
Não vale a pena todo este pensar
toda esta agonia
De querer tanto que dói
lutar e por mais que tente
não há quem aguente.

E quando o sol se põe
Mais uma noite que nos espera
sem um abraço,
sem o teu corpo quente

Se a manhã assim o quiser
não haverá nevoeiro
nem sequer uma nuvem
e haverá alguém
que esteja sozinho também.

O seu abraço será forte.
E nada mais importa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Prematura


Os meu dias não são feitos de segundos e minutos. O meu planeta não gira em torno de si mesmo e nem o sol se vê a pairar no céu. As estrelas não formam figuras estranhas e não se confundem com pirilampos presos por fios invisíveis. O meu mundo não tem árvores verdes e não há ninguém para regar a relva por nascer. Na minha casa não há divisões e nem sequer eu vivo nela. O meu carro não serve para andar nas estradas que não foram construídas. Não há guerra e não há paz. A verdade e a mentira não fazem sentido. O amor morreu faz demasiado tempo.

Pesasse o vazio do coração tanto como o vazio da mente e não estaria eu enterrado nas areias de um mundo onde nem sequer eu existo.